Minha irmã Mari me disse na quarta que eu sempre falo que não vou fazer festa, mas não me aguento. E é isso mesmo. Eu e o meu marido amamos receber os amigos em casa e, no dia do meu aniversário, quarta-feira passada, após ganhar um amplificador de presente do marido, achei que tinha um grande motivo para estreiá-lo. Mas festa para mim não dá para ser planejada com meses de antecedência, é vapt-vupt. Tudo bem que esta mexicana saiu em três dias, mas uma ou duas semanas está mais do que bom.
Para a festa dos meus 33 anos eu pensei primeiro no cardápio: chili com carne, carne temperada e guacamole. A comida mexicana é bem fácil de se fazer e, com uma cervejinha, casa muito bem. E fazia tempo que eu não fazia chili, a última vez foi em uma Festa da Cadeira, em 2008, uma das festas sem motivo mais engraçadas que já fiz, para comemorar a compra das cadeiras da mesa de jantar (falei que gostávamos de festa, certo?). No final teve até Dança das Cadeiras com direito a troféu, uma diversão.Na quinta-feira eu fui para São Paulo procurar um tecido bacana e temático para minha mesa mexicana - e não achei - e tortillas de verdade - e não achei. O que achei na Rica Festa foram algumas taças com haste de cacto e um bigodão de feltro, ideia que o marido já tinha dado (na versão papel contact). Aliás, graças ao meu amor ao papel contact, minha festinha foi ganhando elementos extras.
A minha sorte é que o marido desenha bem. O meu azar é que ele está sempre com muito trabalho. A saída foi um molde de bigodes que a Fran encontrou na internet. Eu e minha parceira de viagens e festinhas Telma passamos a tarde de sexta recortando bigodes e colando nos meus copos americanos. Aliás, um investimento super bacana. Tenho uns 50 deles e adoro usá-los em festas, são melhores que copos de plásticos e ainda podem ser usados como lanterninhas. Na sexta também fui às 6 da matina ao Ceagesp em Sorocaba comprar mini-cactos para lembrancinha e um cacto maior, para enfeitar a mesa. Também comecei o preparo do cardápio: cozinhei o feijão e refoguei a carne moída do chili.
Desde a festa baiana de 2 anos da Lorena, minha filha, eu descobri que podia tirar proveito dos muitos vidros da minha casa. Desta vez, em vez de peixes azuis, cactos verdes - estes desenhados pelo marido. Longe de mim achar que meu marido é um gênio (na verdade, eu acho!), mas sou incapaz de rabiscar até cactos banais como estes aí. Mas na versão mini, que colei nas louças, eu extravasei minha versão artista. Detalhe para o sapo de bigode lá no fundo.
Para dar um tchan na louça, recortei bigodes, pimentas e cactos. Na verdade, eu queria é ter louças verdes e vermelhas maravilhosas, mas não tenho. E como segui o conselho da minha mãe na hora de fazer a lista de casamento e optei por um jogo de jantar branco liso - e neutro - achei uma maneira barata de dar uma graça nas vasilhas e bowls. Aproveitei o contact também para fazer "etiquetas" nos pratos.
Festa em casa sempre tem pinga, que eu adoro, mas a garrafa de tequila fez sucesso. Separado das pinguinhas, uma bandeja com uísques e vodcas, destilados que eu não bebo, mas que sempre tenho em casa - e coloco à disposição para as visitas. Certa vez, ao entrevistar a Nina Horta, ela me disse que, em festas, sempre devemos usar e servir o que temos de melhor. E não é verdade? E isso não quer dizer servir caviar ou trufas negras... Receber dentro das nossas possibilidades também foi outro grande ensinamento. Nada mais feio do que querer fazer bonito!
Ao lado da bandeja, o porta-guardanapos que ganhei das meninas e menino do escritório do marido - e que amei. A mãozinha de madeira rock'n roll é do Tate Museum, de Londres, e serviu, mais tarde, para segurar a pinça do balde de gelo.
O lavabo é um lugar que eu adoro brincar. Desta vez, pendurei um vestido mexicano (emprestado da minha irmã Mari) e, em um caxepô (também roubado da casa dela) coloquei bigodes de feltro com cola dupla face atrás. No começo ninguém relou nos bigodões, mas, ao final da festa, não sobrou um para contar história. O lavabo serviu de cabine para fotografia, com chapéu e bigodão. Bem divertido. No espelho, um bigodinho feito com o giz que a Lola brinca no banho.
Para completar, velinhas nos copinhos que ganhei de herança do Vô Ito, vô da minha amiga-irmã Carol que, quando os viu no "espólio" do Vô Ito, logo se lembrou de mim. Dois deles, desde então, moram no meu lavabo com velinhas dentro. Na falta de um tecido mexicano colorido, a mesa ficou mesmo sem toalha, com a madeira à mostra (o que eu adoro) e, em vez de espalhar os 12 mini-cactos pela casa, os concentrei na bandeja preta TokStok linda que ganhei da minha irmã Mari. Quem se lembrou, levou mini-cacto de lembrancinha...
O arremate final foi o chapéu legítimo mexicano, emprestado da amiga Pato, uma legítima mexicana também, que ficou pendurado na porta de entrada e deu as boas-vindas e o adeus aos amigos. Obrigada, Pato!
* Fotos da querida Rebeca Protta, que arrasou na foto fantasminha Casa e Jardim style. Rendia capa de revista, não rendia? Rá!
** Nos posts a seguir, mais detalhes sobre a decoração e as receitas da festa: sanduba mexicaninho, chili com carne e guacamole.